Ditadura no contexto da guerra fria
Quando pensamos em ditadura, o que logo vem em nossas cabeças são imagens de violência, abuso de poder e protestos, relatos de torturas desumanas, falta de liberdade civil e política, e em nossos corações um sentimento de tristeza por imaginar que seres humanos foram capazes de tamanhas atrocidades e que colhemos os frutos amargos desse período até os dias de hoje.
Porém, o que pouco se é questionado é de onde surgiu esse regime? Quais foram os motivos que levaram os militares a aplicar um golpe de estado? Para responder essa pergunta corretamente, devemos ir a fundo e analisar todo o contexto político daquele momento histórico tanto dentro e, principalmente, fora do Brasil.
Para chegarmos a respostas satisfatórias sobre as questões apresentadas acima, é necessário um estudo muito aprofundado sobre diversos temas. À vista disso, falarei apenas sobre um aspecto muito importante desse quebra cabeças, a ditadura no contexto da guerra fria.
No ano de 1964, o mundo estava dividido entre dois blocos que eram liderados pelas maiores potências da época, Estados Unidos (capitalista) e União Soviética (socialista). Essa divisão gerou uma intensa rivalidade, o que deixou o mundo na iminência de uma guerra.
O combate parecia inevitável. Só necessitava de uma faísca para o planeta explodir em uma terrível batalha de proporções nunca antes vistas. E, se uma guerra se aproximava, era necessário ter aliados.
Assim sendo, a URRS tinha como principal objetivo expandir sua área de influência do Leste Europeu para o resto do mundo e os EUA de impedir essa expansão.
Sem um combate armado direto, as duas potências duelavam em vários aspectos para mostrar ao mundo que o seu sistema era o mais eficaz. Entre essas disputas ficaram marcados: os jogos olímpicos e a corrida espacial.
Durante a Guerra Fria, não houve um embate direto entre os principais envolvidos, porém muitos conflitos surgiram nos continentes adjacentes, culminando em guerras civis e regimes ditatoriais financiados pelas superpotências. É nesse cenário que o Brasil se encaixa.
Com as reformas de base propostas pelo presidente João Goulart e as cada vez mais próximas relações com os países socialistas deixaram evidente, pelo
menos para os Estados Unidos, que uma revolução comunista no país era só uma questão de tempo. Após as revoluções cubana e coreana e a guerra que separou as Coreias, não era admissível perder mais territórios, principalmente um das dimensões de nosso país.
Com isso, os norte-americanos orquestraram juntamente com o exército brasileiro o golpe de 64 e deram apoio e sustentação para que esse governo durasse 21 anos, até a Guerra Fria estar praticamente encerrada.
João Vitor Martins n 16
segunda-feira, 9 de junho de 2014
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