O período de 1964 a 1985 foram os
anos de chumbo do Brasil, 21 anos de ditadura militar em que a democracia foi
interrompida no país. Porém, o golpe não foi orquestrado apenas pelos
militares, em um contexto de guerra-fria, os Estados Unidos, os empresários e a
mídia Brasileira tiveram papéis essenciais nesta história, tendo a manipulação
como maior ferramenta para atingirem seus objetivos, e colaborar com as
torturas, violências e crimes cometidos contra a democracia.
Pode-se dizer, então, que o ano de
1964 foi o ano da imprensa colaboracionista, já que as grandes mídias
jornalísticas do país, juntamente com os militares, derrubaram Jango (João
Goulart). O presidente sofreu na mão de jornais como O Globo, O estado de S.
Paulo, Correio da manhã, Tribuna da Imprensa, Jornal do Brasil e etc. para que
renunciasse à presidência, e entregasse o poder aos militares. Os jornalões
conseguiram transformar 65% das intenções de voto para as eleições de 1965, e
70% de apoio popular às reformas de bases (dados do ibope que só foram
revelados recentemente) em golpe militar através da manipulação.
“O
Brasil já sofreu demasiado com o governo atual. Agora, basta!" Correio da Manhã, 31 de março de 1964
"Só há uma coisa a dizer ao Sr. João
Goulart: Saia!" Correio da Manhã, 1
de abril de 1964
“Fugiu
Goulart e a democracia está sendo restaurada... atendendo aos anseios nacionais
de paz, tranqüilidade e progresso... As forças Armadas chamaram a si a tarefa
de restaurar a nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim
que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo
Federal.” O globo, 2 de Abril de 1964
“Golpe?
É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra
a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime
de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção
generalizada” Jornal do Brasil, 1 de abril de 1964
À medida
que os anos passaram, a mídia sofreu dois tipos de censura: a censura prévia,
considerada a mais dura, em que todo o material era passado em revista antes da
impressão, e, de acordo com a historiadora Annie Marie Smith, sete veículos
sofreram esse tipo de controle, entre eles são destaque o alternativo Pasquim,
o católico O São Paulo, a Tribuna da Imprensa e O estado de S. Paulo- este
último tomando do próprio veneno, pois foi um grande aliado em 1964. E a
segunda censura chamada de autocensura, que consistia nas proibições enviadas
pelo regime por telefone, esta atingiu todos os veículos. Sendo assim, os
destaques da mídia eram direcionados a assuntos como esporte, usando-os como
propaganda para o governo, mostrando tempos de ordem e progresso, enquanto que,
ao mesmo tempo, os militares se concentravam, cada vez mais, em torturar e
assassinar pessoas, e controlar e censurar a manifestação pública contra o
regime.
Éder Jofre dá a luva da mão direita ao presidente
Emílio Garrastazu Médici após título mundial (foto: Gazeta Press)
Para
poder entender melhor como funcionava a mídia nesta época, basta olhar quais
são os jornais que atualmente monopolizam o setor de telecomunicações e que
sobreviveram bem ao período e à redemocratização, reforçando, portanto, a tese
de que havia parceria e trocas de interesses comuns entre os militares e os jornais
conservadores.
“Participamos
da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das
instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves,
desordem social e corrupção generalizada” Editorial de Roberto Marinho, O Globo, 7 de outubro de
1984
OBS: A ser continuado...
Referências
bibliográficas
Acessado em 3 de Abril de 2014, às
20:40 site globoesporte http://globoesporte.globo.com/bau-do-esporte/noticia/2014/04/de-garoto-propaganda-perseguidos-os-atletas-e-os-extremos-na-ditadura.html
Acessado em 3 de Abril de 2014, às 20:40 site
rodrigoviana http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/a-midia-e-o-golpe-militar-de-1964.html
Acessado em 26 de abril de 2014, às 21:30 site Carta
Maior http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/As-manchetes-do-golpe-militar-de-1964/4/15195
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em 26 de Abril de 2014 às 22:00 site O Globo http://oglobo.globo.com/rio/coronel-reformado-do-exercito-que-confessou-ter-participado-de-torturas-mortes-na-ditadura-militar-assassinado-em-nova-iguacu-12295961
Acessado em 27 de Abril de 2014 às
18:00 site O Globo- Memória http://memoria.oglobo.globo.com/erros-e-acusacoes-falsas/apoio-ao-golpe-de-64-foi-um-erro-9328244
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