Economia durante a ditadura militar no Brasil.
Olhando para trás.
Pretendemos explicar
sucintamente o que foi a economia durante a ditadura militar no Brasil, que perdurou
de 1964 até 1985. Para isso, entretanto, voltaremos poucos anos antes de 1964.
Durante seu governo,
Juscelino Kubitschek emplementou medidas político-economicas que muitos
caracterizam como desenvolvimentistas, ou seja, que visavam o desenvolvimento
socio-econômico em geral. Investindo prioritariamente na indústria
automobilística, Juscelino deixou uma economia encaminhada após seu governo,
mas que pelo processo de transição econômica exigia cuidados. Após sua saída em
1961 ocorreu o que muitos ja previam: o governo de Jânio Quadros, talvez pela
sua curta duração, não foi capaz de organizar o país economicamente a fim de
conter a inflação que surgira durante a transição entre os governos.
Ao assumir, João
Goulart tomou medidas para conter a inflação de maneira rápida. Contudo, essas
medidas fracassaram. Logo após o incidente, Goulart colocou em vigor um projeto
que visava manter o ritmo de crescimento que JK havia estabelecido e, mais
importantemente, conter a inflação que começava a fugir do controle. Construído
em apenas 3 meses e com diversas medidas contraditórias, o chamado plano
trienal não foi suficiente para conter a crise.
A ditadura. -64/67
Após o famigerado
golpe civil-militar de 1964 estabeleceu-se a ditadura militar no Brasil. Em um
primeiro momento, o governo de Castelo Branco inaugurou políticas de
estabilização econômica a fim de recuperar a economia nacional, então em baixa.
Para atingir esse objetivo criou o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), o
Banco Central e a correção monetária. O governo utilizou a pequena confiança
que essas políticas inspiravam no mercado internacional para atrair, juntamente
com a reforma tributária, investidores que antes evitavam investir no Brasil em
decadência.
A repressão exercida
pelos militares na sociedade civil permitiu a eles a adoção de medidas
econômicas que, em um período democrático, certamente gerariam represália. Um
exemplo claro desse fenômeno é a diminuição dos salários, que eram ajustados
com base em uma previsão (coincidentemente sempre falha) da inflação do ano que
estava por vir. Tal medida foi importante pois permitiu ao empresariado
continuar com seus investimentos, infelizmente, às custas do povo brasileiro.
A construção de obras de grande porte
movimentava enormes quantias de capital nacional e estrangeiro, além de gerar muitos
empregos e gerar entusiasmo na população, que olhava maravilhada as obras
estonteantes.
O projeto governista ainda investia no setor
de bens de consumo duráveis, auxiliando monopólios nacionais e internacionais envolvidos
nesse tipo de indústria. O fortalecimento econômico também afetava o setor
agrário, um dos mais importantes dentre os setores nacionais, recebendo
investimentos governamentais maciços. O processo fica evidente quando o Brasil
ganha o título de maior produtor de soja do mundo.
O Governo de Castelo
Branco portanto, foi economicamente caracterizado pela diminuição da inflação,
que caiu para 34% em 1965.
O milagre econômico. - 68/73
Na transição para o
governo de Costa e Silva ficou evidente a intervenção estatal. O governo além
de controlar: crédito, Banco Central, correção monetária e faixa salarial;
agora se preocupava também com o preço dos produtos ofertados.
Procurando aumentar
o então crescente investimento estrangeiro no país o governo incentivou os
bancos a reduzir seus juros, resultando em um crescimento na produção
industrial de bens duráveis. Televisões e carros começaram a ser produzidos em
larga escala, chegando às residências dos populares que ainda não haviam
recebido benefícios concretos da prosperidade econômica. Todo o processo só foi
possível graças à reorganização do sistema financeiro nacional e da alta do
mercado internacional. Contudo, não se pode deixar de perceber que como aqueles
que estavam adentrando o mercado de trabalho se sujeitavam a baixos salários, e
a mão de obra qualificada era muito bem paga, intensificou-se o processo de má
distribuição de renda no Brasil.
A transição para o
governo Médici não fez com que houvessem grandes alterações no quadro econômico;
tal que o ministro mais influente de Costa e Silva, Delfim Netto, foi também principal
ministro durante o governo Médici.
Os últimos suspiros – 74/79
Observava-se,
entretanto, que o crescimento de 10% ao ano que o país chegou a ter não era
fruto apenas de seus próprios esforços,
e sim de recorrentes empréstimos internacionais. Além disso, a atuação
monopolista incentivada por Castelo Branco levou ao sucateamento da indústria
nacional durante o Milagre.
Ainda durante o
governo Médici surgiram críticas ao processo econômico vigente. Renomados
economistas alegavam que o modelo levava a uma destribuição muito desigual da
riqueza gerada. Afirmavam também que a desigualdade era fruto da falta de
oportunidade de estudo aos menos favorecidos. Contudo, essas críticas eram
simplesmente ignoradas pelo governo e pela sociedade civil em geral, pois o
país continuava crescendo.
A situação se sustentou até o momento da
chamada crise do petróleo, que elevou de maneira inimaginável o preço médio do
petróleo. Assume pouco após o occorido o presidente Geisel; em uma época na
qual o páis importava 70% do petróleo que consumia.
Diferentemente da
maioria dos países, o Brasil tentou continuar com seu alto ritmo de crescimento
mesmo durante a crise do petróleo. Nesse período entre os governos Geisel e
Figueiredo, importantes setores foram reforçados, como por exemplo o de Energia:
com a construção da usina hidrelétrica de Itaipu e do programa nuclear de Angra
dos Reis. Todavia, houve uma queda no crescimento nacional e o início de um
processo de endividamento, fruto do alto preço do petróleo no mercado.
Já no governo Figueiredo,
o Brasil tem de pagar o que deve, e então tivemos a Década Perdida.
Novilhos:
Tiago Rocha
Thales Platon
Lucas Ibelli
Michel Moreira
Luiza Beck
Jullia Pontes
Thiago Cristofolini
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