A tortura começou a ser utilizada
amplamente em 1968, um dos períodos mais duros da ditadura militar. Foi “implantada”
para, principalmente, obter informações dos opositores. Auxiliados por militares
americanos, policiais e militares invadiam casas, agrediam e sequestravam pessoas.
E tudo ficaria ainda pior ao chegarem nas delegacias ou bases militares, as
quais possuíam salas de interrogatório para a execução das torturas. As salas
eram feitas de material isolante, para que os gritos não pudessem ser ouvidos. "Os
relatos indicam que os suplícios eram duradouros. Prolongavam-se por horas,
eram praticados por diversas pessoas e se repetiam por dias", afirma a
juíza Kenarik Boujikain Felippe, da Associação Juízes para a Democracia, em São Paulo.
A pratica das torturas só iria
ser revistas em 1974, quando Ernesto Geisel (Presidente do Brasil na época)
decidiu tomar medidas para a diminuição da pratica das torturas, afastando
diversos militares de seus cargos.
Segundo pesquisas feitas foram
mais de 100 tipos de torturas utilizadas durante toda a Ditadura Militar
Brasileira, entre todas elas, as principais seriam:
Cadeira do dragão
Nessa espécie de cadeira elétrica, os presos sentavam pelados numa cadeira revestida de zinco ligada a terminais elétricos. Quando o aparelho era ligado na eletricidade, o zinco transmitia choques a todo o corpo. Muitas vezes, os torturadores enfiavam na cabeça da vítima um balde de metal, onde também eram aplicados choques
Pau-de-arara
É uma das mais antigas formas de tortura usadas no Brasil - já existia nos tempos da escravidão. Com uma barra de ferro atravessada entre os punhos e os joelhos, o preso ficava pelado, amarrado e pendurado a cerca de
Choques elétricos
As máquinas usadas nessa tortura eram chamadas de "pimentinha" ou "maricota". Elas geravam choques que aumentavam quando a manivela era girada rapidamente pelo torturador. A descarga elétrica causava queimaduras e convulsões - muitas vezes, seu efeito fazia o preso morder violentamente a própria língua.
Espancamentos
Vários tipos de agressões físicas eram combinados às outras formas de tortura. Um dos mais cruéis era o popular "telefone". Com as duas mãos em forma de concha, o torturador dava tapas ao mesmo tempo contra os dois ouvidos do preso. A técnica era tão brutal que podia romper os tímpanos do acusado e provocar surdez permanente.
Soro da verdade
O tal soro é o pentotal sódico, uma droga injetável que provoca na vítima um estado de sonolência e reduz as barreiras inibitórias. Sob seu efeito, a pessoa poderia falar coisas que normalmente não contaria - daí o nome "soro da verdade" e seu uso na busca de informações dos presos. Mas seu efeito é pouco confiável e a droga pode até matar.
Afogamentos
Os torturadores fechavam as narinas do preso e colocavam uma mangueira ou um tubo de borracha dentro da boca do acusado para obrigá-lo a engolir água. Outro método era mergulhar a cabeça do torturado num balde, tanque ou tambor cheio de água, forçando sua nuca para baixo até o limite do afogamento.
Geladeira
Os presos ficavam pelados numa cela baixa e pequena, que os impedia de ficar de pé. Depois, os torturadores alternavam um sistema de refrigeração superfrio e um sistema de aquecimento que produzia calor insuportável, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. Os presos ficavam na "geladeira" por vários dias, sem água ou comida.
Thiago Ovalle n 36
0 comentários:
Postar um comentário