segunda-feira, 9 de junho de 2014

Resistência Democrática - Dossiê

Durante o período da Ditadura Militar, muitos cidadãos e trabalhadores tomaram uma atitude para acabar com o regime autoritário. Muito se ouve falar sobre a resistência armada dos chamados “guerrilheiros”, mas o que poucos conhecem é a resistência democrática ou pacífica. Esse tipo de oposição se mostra muito importante pois permite a participação de pessoas que gostariam de se manifestar de uma forma não violenta e agressiva. Se por um lado a resistência armada entrava em confronto direto com o governo, a resistência pacífica e democrática mostrava a insatisfação das pessoas.
Foi o modo que a população achou de tentar acabar com a então atual situação do país. Entre eles podemos citar jornalistas, partidos e operários que sem pegar em armas procuraram melhorar o governo.

A OAB, por exemplo, teve um importante papel na resistência democrática, já que denunciava e julgava casos de tortura no país. Durante este período, em que a violência transformou os direitos humanos em uma realidade distante e a garantia aos direitos civis e políticos foram administrados de maneira a sufocar qualquer posicionamento contrário à força dominante, foi da advocacia brasileira que se ouviu algumas das vozes de maior resistência à intolerância e ao autoritarismo. Foi Raymundo Faoro, então presidente nacional da OAB, quem transformou a entidade em um "foco de resistência pacífica" ao regime, denunciando casos de tortura e pedindo a retomada do Estado democrático.

Além dos grandes órgãos políticos, os jornalistas também fizeram sua parte em quesito a divulgação de violação dos direitos humanos, torturas e o autoritarismo no governo brasileiro. Muitas foram as conseqüências desses atos, como podemos citar o jornalista Carlos Lacerda, que por fazer fortes criticas e denuncias do governo acabou sendo seqüestrado, torturado e morto pelos militares. O também jornalista Vladimir Herzog tornou-se ele mesmo uma prova da tortura quando, após sua morte, houve a divulgação de uma foto que supostamente demonstraria seu suícidio por enforcamento – porém, a foto o mostrava com os joelhos encostados no chão, o que mostrava que a teoria do suícidio tinha sido uma mentira por parte dos militares.

Há quem diga que a população em si não fez muito sobre isso, mas podemos citar a participação dos operários depois de 1968, quando houve as greves no ABC paulista. Esses operários e trabalhadores de empresas reivindicavam maiores salários e também o fim do regime autoritário, influenciados na época pelos movimentos estudantis. Mais tarde, em 1978, uma manifestação que contou com mais de 3000 metalúrgicos reivindicou também maiores salários. Casos como esses mostram a população gradativamente percebendo as terríveis condições do país, e começando a se mobilizar por seus direitos.


Vários partidos opositores ao governo militar também tiveram parte na resistência democrática. O PCB (Partido Comunista Brasileiro) foi um dos que se manteve desde o inicio contra o governo, e embora algumas partes do partido tenham se dissociado para formar grupos de guerrilha, tentou se manter até o fim como pacífico.

Heloisa Camargo e Giuliana Ronchetti

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