quarta-feira, 21 de maio de 2014

Economia durante a ditadura militar no Brasil.


Economia durante a ditadura militar no Brasil.

Olhando para trás.

  Pretendemos explicar sucintamente o que foi a economia durante a ditadura militar no Brasil, que perdurou de 1964 até 1985. Para isso, entretanto, voltaremos poucos anos antes de 1964.
  Durante seu governo, Juscelino Kubitschek emplementou medidas político-economicas que muitos caracterizam como desenvolvimentistas, ou seja, que visavam o desenvolvimento socio-econômico em geral. Investindo prioritariamente na indústria automobilística, Juscelino deixou uma economia encaminhada após seu governo, mas que pelo processo de transição econômica exigia cuidados. Após sua saída em 1961 ocorreu o que muitos ja previam: o governo de Jânio Quadros, talvez pela sua curta duração, não foi capaz de organizar o país economicamente a fim de conter a inflação que surgira durante a transição entre os governos.
  Ao assumir, João Goulart tomou medidas para conter a inflação de maneira rápida. Contudo, essas medidas fracassaram. Logo após o incidente, Goulart colocou em vigor um projeto que visava manter o ritmo de crescimento que JK havia estabelecido e, mais importantemente, conter a inflação que começava a fugir do controle. Construído em apenas 3 meses e com diversas medidas contraditórias, o chamado plano trienal não foi suficiente para conter a crise.

A ditadura. -64/67

  Após o famigerado golpe civil-militar de 1964 estabeleceu-se a ditadura militar no Brasil. Em um primeiro momento, o governo de Castelo Branco inaugurou políticas de estabilização econômica a fim de recuperar a economia nacional, então em baixa. Para atingir esse objetivo criou o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), o Banco Central e a correção monetária. O governo utilizou a pequena confiança que essas políticas inspiravam no mercado internacional para atrair, juntamente com a reforma tributária, investidores que antes evitavam investir no Brasil em decadência.
  A repressão exercida pelos militares na sociedade civil permitiu a eles a adoção de medidas econômicas que, em um período democrático, certamente gerariam represália. Um exemplo claro desse fenômeno é a diminuição dos salários, que eram ajustados com base em uma previsão (coincidentemente sempre falha) da inflação do ano que estava por vir. Tal medida foi importante pois permitiu ao empresariado continuar com seus investimentos, infelizmente, às custas do povo brasileiro.
  A construção de obras de grande porte movimentava enormes quantias de capital nacional e estrangeiro, além de gerar muitos empregos e gerar entusiasmo na população, que olhava maravilhada as obras estonteantes.
  O projeto governista ainda investia no setor de bens de consumo duráveis, auxiliando monopólios nacionais e internacionais envolvidos nesse tipo de indústria. O fortalecimento econômico também afetava o setor agrário, um dos mais importantes dentre os setores nacionais, recebendo investimentos governamentais maciços. O processo fica evidente quando o Brasil ganha o título de maior produtor de soja do mundo.
  O Governo de Castelo Branco portanto, foi economicamente caracterizado pela diminuição da inflação, que caiu para 34% em 1965.

O milagre econômico. - 68/73

  Na transição para o governo de Costa e Silva ficou evidente a intervenção estatal. O governo além de controlar: crédito, Banco Central, correção monetária e faixa salarial; agora se preocupava também com o preço dos produtos ofertados.
  Procurando aumentar o então crescente investimento estrangeiro no país o governo incentivou os bancos a reduzir seus juros, resultando em um crescimento na produção industrial de bens duráveis. Televisões e carros começaram a ser produzidos em larga escala, chegando às residências dos populares que ainda não haviam recebido benefícios concretos da prosperidade econômica. Todo o processo só foi possível graças à reorganização do sistema financeiro nacional e da alta do mercado internacional. Contudo, não se pode deixar de perceber que como aqueles que estavam adentrando o mercado de trabalho se sujeitavam a baixos salários, e a mão de obra qualificada era muito bem paga, intensificou-se o processo de má distribuição de renda no Brasil.
  A transição para o governo Médici não fez com que houvessem grandes alterações no quadro econômico; tal que o ministro mais influente de Costa e Silva, Delfim Netto, foi também principal ministro durante o governo Médici.

Os últimos suspiros – 74/79

  Observava-se, entretanto, que o crescimento de 10% ao ano que o país chegou a ter não era fruto apenas de seus próprios esforços,  e sim de recorrentes empréstimos internacionais. Além disso, a atuação monopolista incentivada por Castelo Branco levou ao sucateamento da indústria nacional durante o Milagre.
  Ainda durante o governo Médici surgiram críticas ao processo econômico vigente. Renomados economistas alegavam que o modelo levava a uma destribuição muito desigual da riqueza gerada. Afirmavam também que a desigualdade era fruto da falta de oportunidade de estudo aos menos favorecidos. Contudo, essas críticas eram simplesmente ignoradas pelo governo e pela sociedade civil em geral, pois o país continuava crescendo.
  A situação se sustentou até o momento da chamada crise do petróleo, que elevou de maneira inimaginável o preço médio do petróleo. Assume pouco após o occorido o presidente Geisel; em uma época na qual o páis importava 70% do petróleo que consumia.
  Diferentemente da maioria dos países, o Brasil tentou continuar com seu alto ritmo de crescimento mesmo durante a crise do petróleo. Nesse período entre os governos Geisel e Figueiredo, importantes setores foram reforçados, como por exemplo o de Energia: com a construção da usina hidrelétrica de Itaipu e do programa nuclear de Angra dos Reis. Todavia, houve uma queda no crescimento nacional e o início de um processo de endividamento, fruto do alto preço do petróleo no mercado.
  Já no governo Figueiredo, o Brasil tem de pagar o que deve, e então tivemos a Década Perdida.

 Bibliografia:

http://www.acervoditadura.rs.gov.br/
http://www.fgv.br/
http://www.cartacapital.com.br/
http://arte.folha.uol.com.br/

Novilhos:
Tiago Rocha  
Thales Platon 
Lucas Ibelli 
Michel Moreira 
Luiza Beck 
Jullia Pontes 
Thiago Cristofolini 




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