segunda-feira, 5 de maio de 2014

Instrumentos de tortura da ditadura militar

Durante o período militar, o povo brasileiro sofreu de diversas formas de violência e repressão aos direito civis, políticos e sociais. Michel Foucault, em sua teoria, lança a ideia das tecnologias de poder, que seriam os meios utilizados pelos dominadores para ter controle sobre os dominados. Dentre esses métodos podemos citar como um dos principais a tortura, com objetivos científicos, para arrancar informações e/ou para moldar o caráter de indivíduos.
A partir de 1968, no governo de Arthur da Costa e Silva, a tortura passou a ser amplamente utilizada para conseguir confissões das pessoas envolvidas na militância contra o governo. Muitos se suicidavam com medo da repressão o que gerou uma onde de mortes. O suicídio também era usado pelos militares para justificar as mortes de prisioneiros em quartéis e presídios. O regime violento foi responsável pelo sofrimento de várias crianças, idosos, homens e mulheres, dentre elas as grávidas que tiveram seus filhos abortados. 
Os militares brasileiros contavam com a assessoria técnica de militares americanos que ensinavam a torturar. Eles agrediam no momento da prisão, invadindo casas e locais de trabalho,  e nas delegacias policiais e nos quartéis, onde muitas vezes existiam salas de interrogatório revestidas de material isolante para que ninguém ouvisse os gritos dos torturados. Os suplícios prolongavam-se por horas, eram praticados por diversas pessoas e se repetiam por dias. 
Uma pesquisa feita pela Igreja Católica com documentos produzidos pelos militares identificou mais de cem métodos de tortura usados nos “anos de chumbo”, e dentre eles podemos citar:
Cadeira do dragão:
Era uma cadeira eletrizada revestida de zinco. As pessoas eram obrigadas a sentar nela nuas, enquanto a eletricidade era ligada pelos militares e elas levavam choques pelo corpo inteiro. Às vezes, os torturadores colocavam baldes de metal na cabeça dos acusados que também levavam choques nessa parte do corpo. 
Pau-de-arara:
É um dos mais antigos instrumentos de tortura utilizados no Brasil, já existindo no tempo da escravidão. Com uma barra de ferro atravessada entre os punhos e o joelho, o preso ficava pelado e pendurado a cerca de 20 centímetros do chão, causando dores violentas no corpo. A pessoa ainda sofria com choques, pancadas e queimaduras com cigarro. 
Choques elétricos:
O Choque Elétrico foi um dos métodos de tortura mais cruéis e largamente utilizados durante o regime militar. Geralmente o choque era dado com o telefone de campanha do exército que possuía dois fios longos que eram ligados ao cor­po nu do acusado, normalmente nas partes intimas, além dos ouvidos, dentes, língua e dedos. As descargas elétricas causavam queimaduras e convulsões e, muitas vezes, seu efeito fazia o preso morder violentamente a própria língua e cair no chão.
Afogamento:
Os torturadores fechavam as narinas e introduziam uma mangueira ou tubo de borracha dentro da boca do preso para obrigá-lo a engolir água. Outro jeito era afundar a cabeça do torturado dentro de um balde, tanque ou tambor cheio d'água, forçando sua nuca para baixo. 
Geladeira:
Na Geladeira, os presos ficavam nus numa cela baixa e pequena, o que os impedia de ficar de pé. Depois, os torturadores alternavam dois sistemas: um de refrigeração, que produzia um frio extremo e outro de aquecimento, que gerava um calor insuportável e, enquanto isso, alto-falantes emitiam sons irritantes. Os presos ficavam na “geladeira” por vários dias, sem água ou comida.
Palmatória:
A Palmatória era como uma raquete de madeira muito pesada. Esse instrumento era geralmente utilizado em conjunto com outras formas de tortura, com a intenção de aumentar o sofrimento do acusado. Com a palmatória, as vítimas eram agredidas em várias partes do corpo, principalmente em seus órgãos genitais.
Produtos químicos:
Existiam vários produtos químicos que eram usados durante as torturas. Para fazer o acusado confessar, era aplicado soro de pentotal sódico, mais conhecido como soro da verdade, uma droga injetável que provoca na vítima um estado de sonolência e reduz as barreiras inibitórias. Porém seu efeito é pouco confiável e a droga pode até matar. Em outros casos, ácido era jogado no rosto da vítima, o que podia causar inchaço ou mesmo deformação permanente.

Além das torturas citadas, as vítimas também sofriam de agressões físicas extremamente cruéis sem o auxílio de instrumentos como o popular “telefone”. Com as duas mãos em forma de concha, o torturador dava tapas nos dois ouvidos do preso ao mesmo tempo. O método era tão bárbaro que podia romper os tímpanos e provocar surdez permanente. 
Falar de tortura psicológica é quase uma redundância considerando que todo tipo de tortura causa marcas emocionais que podem durar a vida inteira. Os agressores ameaçavam e perseguiam as pessoas com o único objetivo de causar medo, fazendo com que elas relatassem algo ou se calassem. 
A tortura começou a diminuir a partir de 1974, quando o presidente Ernesto Geisel tomou medidas para combatê-la, afastando vários militares da “linha dura” do exército. 
Durante a ditadura militar mais de 280 pessoas foram mortas e muitas sob tortura. Mais de 100 simplesmente desapareceram, segundo números oficiais. 


Fontes: 
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-foram-as-torturas-utilizadas-na-epoca-da-ditadura-militar-no-brasil
http://www.documentosrevelados.com.br/nome-dos-torturadores-e-dos-militares-que-aprenderam-a-torturar-na-escola-das-americas/tpos-de-tortura-usados-durante-a-ditadura-civil-militar/
http://www.historiadigital.org/curiosidades/10-torturas-da-ditadura-militar/
Grupo: Gabriel Pestana, Helena Bernardes, Isabela Messias, Jéssika Fortes, Marcella Tavares e Victoria Naef. 

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